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quarta-feira, 27 de maio de 2009

DJ MARLBORO PROCESSADO POR ABUSAR DE MENINA

Produtor é réu na Justiça por atentado violento ao pudor contra garota de 4 anos

Rio - Um dos maiores produtores de funk do Brasil, Luiz Fernando da Matta, o DJ Marlboro, é réu no processo de número 2008.001. 336948-3, que tramita na 21ª Vara Criminal da Capital, sob a acusação de corrupção de menor e atentado violento ao pudor contra menina de 4 anos. A família da criança entrou com uma queixa-crime, afirmando que ele e uma namorada, Junia Duarte, abusaram sexualmente de X. várias vezes em março do ano passado, conforme reportagem veiculada ontem pela TV Bandeirantes.

Marlboro respondeu, por nota, que é inocente e que as acusações contra ele são frágeis
Na ocasião, a menina — que mora com a família em Minas Gerais — veio passar uma temporada na casa da madrinha, no Recreio dos Bandeirantes. Junia é sobrinha do pai de X. e batizou a criança. Durante os dez dias em que ficou na cidade, a garota teria sido abusada várias vezes.

Em outubro, a Justiça determinou que a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) fizesse busca e apreensão nas casas de Marlboro e de Junia. O caso também está registrado na DPCA, no inquérito 01365/08, de 21 de agosto. Foram recolhidos computadores, já que a criança relatou ter sido fotografada durante as sessões de sexo. “Ela foi atendida num hospital público para vítimas de violência sexual aqui em Minas. E contou para a legista, usando bonecos para simulação, o que o Fernando e a Junia fizeram com ela. Eles teriam encostado a mão, a boca e outras coisas”, descreveu a mãe da vítima.

Durante os dias de férias no Rio, X. teria sido agredida e ameaçada várias vezes. Ela relatou que um dos locais em que sofreu os abusos foi uma ‘casa abandonada’. Curiosamente, Marlboro estaria, na época, construindo uma casa em Mangaratiba. “Amarraram a boca, amarraram as mãos, tentaram sufocá-la. Apertavam o pescoço, batiam nela. Ela voltou estranha, mas só me relatou o que havia acontecido no Rio 10 dias depois que voltou de lá. E acabamos ficando prejudicados por este tempo. No início ainda havia alguns hematomas no corpo”, afirmou a mãe.

MUDANÇA DE COMPORTAMENTO
Advogado da família, Alexandre Corrêa diz que não pode revelar detalhes do processo, que corre em segredo de Justiça. Mas explicou o que o motivou a entrar com a queixa-crime. “Fui procurado, analisei tudo e vi que havia materialidade e autoria para entrar com o processo”, explicou, confirmando que a menina continua em tratamento psicológico.

O que chamou a atenção da família foi o comportamento da criança nos dias seguintes às férias. Segundo parentes, ela chegou até a simular fazer sexo durante brincadeiras com amigos. “Ela gritava ‘Mamãe, mamãe!’, mas disse que ninguém ouvia. Minha filha perdeu a infância. O que a gente quer é que ela não perca o resto da vida”, espera a mãe. “Minha filha ficou arredia. O que eu quero é que a pessoa que fez isso com ela seja punida pelo que fez, punida de forma exemplar”, disse o pai, acrescentando: “Uma coisa que faço questão de dizer é que eu não preciso de R$ 1 dele para nada. A minha condição financeira é boa e eu só quero a verdade, a justiça”.

O DIA procurou o DJ Marlboro ontem à noite, mas ele não foi localizado. Sua assessoria divulgou nota. “Ele se declara inocente. Os advogados de defesa destacam que a única prova apresentada é frágil e inconsistente. Além disso, até o momento são negativas da autoria e indicam a inocência de Marlboro”.

Em permanente estado de pânico
O relato da família sobre X. impressiona. “Minha filha vive em pânico. Ela, que já foi dama de honra em vários casamentos, hoje tem medo da festa. Isso porque, enquanto se relacionavam, Marlboro e Junia diziam que estavam casando, segundo ela. Tudo remete a abusos. Funk, então, ela fica em pânico quando ouve”, revela a mãe.

“O que aconteceu foi uma bomba na minha casa. Prejudicou a vida pessoal, profissional de irmãos, tios, avós, mas não temos tempo sequer de chorar, porque precisamos ser fortes para ajudá-la. Minha filha acha que tudo na vida é do mal, é negativo, mas nós tentamos mostrar que ainda existem coisas boas, pessoas boas”, diz a mãe.

O pai faz outra denúncia. “Os computadores apreendidos na casa dele foram periciados, mas antes que o pen-drive e a câmera fossem analisados, Marlboro esteve na delegacia e recuperou os pertences, entre eles um cofre com muito dinheiro. Estranhamente, esses objetos foram roubados da casa dele dias depois”, denuncia o pai da menina. O roubo ocorreu em novembro e haveria R$ 200 mil no cofre.

Pioneiro em mostrar o ritmo para o País todo
DJ Marlboro foi um dos primeiros a levar o funk carioca para todo o País. Em 1989, mostrou cantores na coletânea Funk Brasil. Entre os artistas lançados por sua gravadora, a Link Records, estão MC Marcinho, Tati Quebra-Barraco, Cidinho e Doca e MC Bob Run.

Marlboro participou de programas e seriados de televisão e tocou em alguns filmes. Muitos bailes depois, chegou ao festival ‘Summer Stage’, em junho de 2003, no Central Park, em Nova York. Também tocou no camarote Expresso 2222, do então ministro Gilberto Gil, e se apresentou no Réveillon de Copacabana em 2008.

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