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domingo, 7 de fevereiro de 2010

Empresários do funk usam carnaval como vitrine para aumentar lucros


Mc Maysa: estreia como rainha de passistas e lucros antes mesmo do carnaval. Foto: Fábio Guimarães/Extra

Ao som de uma batida diferente — mas não menos contagiante — e usando a mesma sensualidade exibida nos palcos dos bailes, os empresários do funk descobriram na Sapucaí a passarela dos sonhos para turbinar o faturamento. Em pelo menos quatro escolas do Grupo Especial, eles vão “anunciar” suas marcas, com uma estratégia de marketing infalível: suas musas como garotas-propaganda.

Rainha das passistas da Porto da Pedra, MC Maysa contabiliza o lucro com a estreia na Sapucaí já no período pré-carnavalesco.


— Antes do convite, fazia de sete a dez shows por fim de semana, a R$ 2 mil por meia hora. Agora, faço de dez a 15, por R$ 4 mil. Tem que valorizar o passe. O carnaval dá muita mídia, e o contratante vê que a nossa presença atrai o público — explica a funkeira.

Empresário da Jaula das Gostosudas, Saint Clair Maia conseguiu pôr as quatro integrantes do grupo no elenco da Portela. Juliana, que será rainha de bateria, e Rafaela, Cibele e Aline como musas:

— O funk é precário de imagem e o carnaval nos ajuda a trabalhá-la. Além disso, vamos lançar um samba funk este ano com o Molejo.

Valesca, estreia no posto de rainha em 2009. Foto: Guilherme Pinto/Extra

Valesca, a precursora

Rainha de bateria pelo segundo ano consecutivo na Porto da Pedra, Valesca, da Gaiola das Popozudas, paga a própria fantasia, a coroação e a camisa dos ritmistas. Ainda assim, a Avenida é um investimento que dá retorno.

— Não tenho “paitrocínio”, mas vale a pena. É uma troca de favores. A escola ajuda a gente a aparecer à beça — diz Valesca, que comprou apartamento na Barra com o cachê que recebeu por posar nua, após o desfile de 2009.

Para por aí? Não.

— Já fizeram outro convite, mas eu e meu empresário deixamos para conversar depois do carnaval...
A colega de grupo Fabiana Braga foi mais sortuda ao entrar no reino da folia, na Vila Isabel, sem desembolsar um tostão:

— Fui convidada para ir ao ensaio da escola e a comunidade gostou tanto que o presidente me chamou para ser a supermusa.

Fabiana Braga, da Gaiola: supermusa da Vila. Foto: Luis Alvarenga/Extra

Convite da Mangueira

A passagem do funk pela Passarela do Samba deve unir integrantes da Gaiola das Popozudas e da Jaula das Gostosudas na última alegoria da Estação Primeira, cujo enredo é “Mangueira é música do Brasil”. O setor que encerra o desfile da escola, que fecha a noite de segunda-feira no Sambódromo, lembrará o funk.

— O Ivo (Meirelles, presidente da Mangueira) me convidou e vou chamar as outras meninas do grupo — afirma Valesca Popozuda.

Rafaela, Cibele e Aline, da Jaula das Gostosudas: musas da Portela. Foto: Gustavo Azeredo/Extra


Saint Clair também confirma o convite de Ivo para a Jaula, que vem fazendo quase o dobro de shows que fazia antes de associar seu nome à Portela:

— Cobramos R$ 2,2 mil por uma apresentação de 40 minutos a uma hora. Antes, o preço variava de R$ 1,5 mil a R$ 1,7 mil.

Perguntado sobre qual seria o retorno da escola na parceria, nega que tenha pagado pelos postos:

— O retorno é ter mulheres bonitas e saradas no desfile.

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